Slam do Grajaú inicia batalhas 2021

Slam do Grajaú inicia batalhas 2021

gratuítode 23/4/2021 até 27/8/2021 encerrado

Local: Página do Facebook: Slam do Grajaú

O Slam do Grajaú tem quatro anos de história e organiza batalhas de poesia com os jovens da região. Atualmente a edição está sendo feita online com transição ao vivo na página oficial do Facebook.

A batalha de poesia, conhecida mundialmente como Slam teve início nos EUA na década de 1980. No Brasil, chegou por volta dos anos 2000 e hoje está presente nas periferias do país. No Estado de São Paulo, estima-se que há cerca de 50 Slams e o Grajaú não está por fora dessa; temos o Slam do Grajaú como representante. O coletivo completou quatro anos em abril de 2021 e hoje possui quatro pessoas no time para fazer toda a organização das batalhas.

A primeira edição deste ano já iniciou e terá apresentações toda última sexta feira de cada mês até agosto. Todas as batalhas serão transmitidas no Facebook da página do Slam do Grajaú e os participantes terão três minutos para recitar cada poesia. Neste ano, o coletivo conta com o apoio da Copa das Favelas e o Proac (Programa de Ação Cultural).

O Slam do Grajaú começou em 2017 e as batalhas eram realizadas no Centro de Cidadania da Mulher. As últimas batalhas foram feitas no Centro Cultural Carequinha, conhecido também como Centro Cultural Grajaú. Por causa da pandemia, as batalhas serão feitas virtualmente e transmitidas na página oficial do Facebook.

Durante muito tempo a poesia era vista como algo elitizado e o Slam quebrou essa barreira. Hoje, a batalha é considerada uma forte aliada das causas sociais. Segundo Luiz Semblantes, poeta e organizador do Slam do Grajaú, os jovens expressam suas vivências de forma tão natural que impacta o público, “Nós já tivemos relatos muito pesados nas batalhas, inclusive de denúncias. É uma forma de expor seus sentimentos e dores”.

DIFICULDADES NA PANDEMIA

Ainda segundo o organizador, a pandemia desmotivou toda a equipe, pois, além da preocupação com o coronavírus, eles estavam com pouco apoio financeiro para organizar o evento, “o que nos motivou foi a participação da Copa das Favelas. Isso deu um gás para continuarmos. O trampo é grande”, afirma.

O Slam do Grajaú costuma participar de editais para seguir com o coletivo. O Programa de Valorização de Iniciativas Culturais, por exemplo, foi de extrema importância para a compra dos equipamentos das últimas batalhas. Neste ano, eles contam com o Programa de Ação Cultural e, além das batalhas de poesias, estão realizando uma oficina de escrita com o objetivo de explorar a criação poética estimulando o público à escrita criativa.

A COMPETIÇÃO

Apesar de cada Slam ter uma estrutura para a competição, as regras na maioria das batalhas seguem um padrão: cada poeta tem três minutos para recitar uma poesia autoral; os participantes são avaliados pelos jurados convidados e recebem notas para a classificação; os que fizerem mais pontos passam para a próxima fase. Cada Slam regional, ao encerrar seu ciclo no fim do ano, promove uma final que vale uma vaga para o Campeonato Estadual.

Em muitos eventos o Slam do Grajaú promove exposições, pocket shows e rodas de conversa com artistas convidados. O último teve a presença da Romária Sampaio, com o tema autocuidado.

REPRESENTAÇÃO

Breno Luan tem 16 anos e com o Slam se descobriu como poeta e artista, “o Slam do Grajaú é minha casa. É o Slam que mais me acolheu. Eu comecei a escrever com 11 anos. A minha professora Daiana gravou uma poesia minha e soltou no site da escola. Depois ela me apresentou o Slam e a equipe do Slam do Grajaú. Pesquisei mais sobre e depois me senti em casa”, conta.

Segundo Breno, a escrita pode ser libertadora e aprender isso na escola é muito importante, “a gente pode usar como exemplo o Slam Inter escolar. Acontece nas escolas. É muito bonito de assistir! Ver um jovem recitando sobre um amor, um crush, uma revolta, é a coisa mais linda do mundo. Se você explicar para uma criança que o slam pode ser uma cura para substituir as coisas erradas que você vai fazer na rua é um exemplo de trabalho de base”.

Breno já batalhou em vários Slams e participou duas vezes do Slam SP, “eu representei o Slam do Grajaú no Slam SP em 2019. Eu estava um pouco inseguro com minha poesia porque é o Slam SP, né, só os melhores dos melhores. Senti insegurança, mas as meninas do Grajaú me acalmaram bastante. Foi uma experiência muito legal que me surpreendeu muito”. Com essas experiências artísticas, Breno já escreveu um livreto de poesias e agora estuda música e dança. Atualmente, ele trabalha com a Milelab, marca de roupas do Grajaú, e está produzindo a trilha sonora do próximo Fashion Filme da marca.

A dica de Breno para os jovens da periferia que querem começar no slam é simples: mostre sua arte para o mundo. Para ele, se você escreve e quer que essa escrita tenha impacto, você tem que mostrar para o mundo. Ninguém vai saber que você quer que mude se você não mostrar. Segundo Breno, o Slam é um próprio desabafo, “A poesia é uma cura e o Slam um desabafo. O Slam representa muita coisa, né? Porque você está em um espaço e as pessoas te ouvirem por três minutos, é muito especial”.

Para não perder nenhuma batalha, acompanhe a página Slam do Grajaú no Instagram e no Facebook. As apresentações serão realizadas virtualmente e quem quiser participar é só entrar em contato com a página.

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Publicado por:

Beatriz Silva Bacelar

Beatriz Silva Bacelar

Jornalista